Sobre
DorOncológicae Dor nos Cuidados Paliativos
“É Divino Aliviar a Dor”
Galeno
Médico e Filósofo Romano de Origem Grega
(129 – 217)
Pacientes com Dor Oncológica
- Devido ao Câncer
- Devido ao Tratamento Oncológico
- Cirúrgico
- Quimioterápico
- Radioterápico
- Por Sequelas da Doença e/ou do Tratamento
- Dor na Medicina Paliativa (oncológica ou não)
- Dor na Terminalidade
Dados ligados ao Câncer
- Segundo o Consenso Nacional de Dor Oncológica, a dor oncológica e dor nos cuidados paliativos intensa acomete 60% a 80% dos pacientes com câncer avançado e 1/3 dos pacientes em tratamento antitumoral ativo.
- Constitui fator mais determinante de sofrimento relacionado à doença, mesmo quando comparado à expectativa de morte.
- O envolvimento direto pelo tumor é a causa mais frequente de dor oncológica, ocorrendo em 65% a 85% dos pacientes que chegam aos serviços de oncologia.
- O tratamento do câncer é a causa da dor em 15% a 25% dos pacientes recebendo quimioterapia, radioterapia ou submetidos à cirurgia.
- A causa da dor é múltipla e em múltiplos sítios, sendo que 81% dos pacientes referem dois ou mais sítios dolorosos.
- A maioria dos pacientes que chega aos serviços especializados apresenta dor oncológica ou dor nos cuidados paliativos de moderada a intensa por um período superior a quatro meses.
Barreiras ligadas ao Tratamento
- Avaliação inadequada da dor;
- Supervalorização dos riscos;
- Incerteza e desconhecimento farmacológico dos analgésicos e opióides;
- Medo dos efeitos colaterais, da adição, da tolerância e das leis;
- Incapacidade de compreender e seguir programas complexos de tratamento.
- Medo de dose alta: “A dose adequada é a dose que alivia a dor”. (OMS)
- Morfina não tem dose máxima… Mas tem efeito colateral!
- Pode ser substituída por outros opioides fortes sintéticos.
Escada Analgésica da OMS
Para que serve a Escada Analgésica
da Organização Mundial da Saúde
- Este é um modelo proposto e aceito pela comunidade médica para orientar o uso adequado de medições controladas e derivados opioides no tratamento de cada tipo de dor crônica.
- Há um consenso entre os especialistas de que cada degrau corresponde a uma etapa do tratamento. Nas doenças benignas, iniciamos do primeiro degrau e o tratamento corre de acordo com a resposta alcançada.
- A exceção fica a cargo da dor oncológica de moderada a severa, em que já há um comprometimento de estruturas em diversos níveis com dor refratária a medicações dos degraus mais baixos. Há a necessidade de se iniciar a terapia medicamentosa de acordo com a seta vermelha até se alcançar a analgesia desejada e confortável. Nestes casos, o 4º degrau corresponde a pacientes internados ou em nível ambulatorial em clínicas especializadas e é muito eficiente para o controle da dor de escape.
Dor nos Cuidados Paliativos
“Todos temos que morrer. Mas eu queria poupá-lo de dias de tortura.
Eu sentia que isso era o meu grande privilégio.
A dor é um senhor mais terrível que até mesmo a morte.”
Albert Schweitzer (1875 – 1965)
Teólogo / Filósofo / Médico
Nobel da Paz 1952
- Tratamento contra a dor de origens diversas:
- A doença nova não exclui a necessidade de cuidar dos problemas antigos.
- Sempre há muito a se fazer pelo paciente que sofre de doença incurável.
- Não há limite para cuidar do Ser Humano.
- Cada dia é um dia de Vida com qualidade.
Controle da Dor nos Cuidados Paliativos
- Mais de 90% dos pacientes referem que a dor interfere diretamente em suas atividades diárias.
- Diante da dimensão do problema, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a dor associada ao câncer uma emergência médica mundial e promoveu o Programa de Alívio da Dor Oncológica e Cuidados Paliativos, cujo objetivo é orientar sobre o adequado tratamento para este grupo especial da população.
Educação e Orientação
- Cuidados paliativos podem melhorar a qualidade de vida, mesmo quando o câncer é incurável, não sendo necessariamente doloroso, mesmo em estágio avançado.
- Não há benefício em sofrer com a dor; seu alívio é importante para todos.
- Os opioides são a base do tratamento da dor oncológica associados a utilização da Escada Analgésica.
- Analgésicos podem ser tomados indefinidamente sem perder sua eficácia, porém a doença pode estacionar, metástases podem regredir ou progredir e haverá a necessidade de adaptação de doses.
- Não ocorre dependência psicológica quando a morfina é prescrita para aliviar a dor do câncer. Seu uso através da prescrição médica não leva ao abuso!
- Suas visitas ao médico de dor serão regulares para sua maior segurança e adaptação medicamentosa.
Objetivos do Controle da Dor nos Cuidados Paliativos
- Aumentar a quantidade de horas de sono livre de dor;
- Aliviar a dor que o paciente sente quando em repouso;
- Aliviar a dor que o paciente sente quando em posição ereta ou em atividade;
- Usar a via oral como preferencial para administração de analgésico e opióide;
- Usar o relógio a intervalos regulares para a administração medicamentosa e nunca se necessário.
Objetivos do Tratamento da Dor
- Individualização: a dose prescrita que alivia a dor do paciente é a dose correta.
- Manter o paciente e a família sempre informados sobre todas as opções de tratamento, vantagens e desvantagens, riscos e benefícios. A decisão depende da instrução e escolha do próprio paciente sempre que este for lúcido e capaz.
- Cuidar dos efeitos colaterais esperados, prevenindo constipação intestinal e a náusea com orientação e medicação adequadas
- Exercer a profissão de forma ética, sobretudo, com profundo respeito pela dignidade humana.
Objetivos
- Nos pacientes portadores de doença oncológica de prognóstico reservado, o baixo risco de dependência aos fármacos torna-se irrelevante diante do benefício que estes podem proporcionar ao aliviar a dor, oferecendo acentuada elevação na qualidade de vida destes pacientes, otimizando o máximo de conforto com o mínimo de efeitos colaterais.
- Valer-se de todas as técnicas disponíveis de forma ética e científica para a melhora da qualidade de vida dos pacientes oncológicos, sem, contudo, promover a distanásia (medidas heroicas sem benefício ao paciente provocando sofrimento desnecessário).
- Assistir a Ortotanásia: renúncia a tratamentos extraordinários que trariam apenas um prolongamento precário e penoso da vida (distanásia), sem, contudo, interromper os cuidados normais despendidos ao paciente.
- É perfeitamente legítima no Brasil;
- É permitir uma morte o mais próximo possível de uma morte natural oferecendo, sempre que possível, somente suporte básico de vida;
- E é respeitar a terminalidade da vida com dignidade e honra.